O ESPÍRITO DO NATAL!


Quando se aproxima o fim do ano e as luzes começam a ser instaladas, as noites se prolongam e o frio vai chegando, pensamos em noites junto à lareira (ou aquecedor), reuniões familiares, ceias especiais. O Espírito do Natal está no ar. Mesmo quem não é religioso e não liga ao Natal como celebração cristã, não consegue deixar de evitar essa sensação quase palpável de que esta é uma quadra diferente. Há um clima especial no ar. Mas qual é o verdadeiro espírito de natal?

Há muitas respostas para essa questão. O conto mais tradicional de Natal é exactamente “Um Conto de Natal” de Charles Dickens, mas nele o espírito de Natal é um fantasma pelo que será melhor descartá-lo. Para alguns o espírito de natal é sobretudo um espírito de festa que lembra comida, bebida, sabores especiais, chocolate, bacalhau… mas será esse o espírito certo?

Para outros o espírito de Natal será um de consumismo. As pessoas são literalmente atacadas com propagandas e descontos. As lojas trabalham em frenesim e o subsídio de natal (quando existe) alimenta essa noção: compre, gaste, aproveite os descontos, é natal. E Natal passou a ser conotado com comércio. Basta lembrar que hoje parece assente que o vermelho é cor natalina. Mas essa noção é recente, tem poucas décadas. Foi produto de uma campanha da Coca Cola que vestiu o Pai Natal de vermelho (anteriormente vestia-se de castanho) e com isso deu uma nova cor ao Natal. Mas será esse o espírito certo?

Para alguns, natal é um tempo triste de recordar os que se foram. A lembrança de natais mais cheios e abundantes ou com mais família pode trazer tristeza. A recordação de um filho que não pode presentear pode levar a melancolia. A falta de recursos para dar a um filho uma prenda desejada pode trazer angustia. Mas será esse o espírito de natal?

Provavelmente a maioria prefere entender que Natal é um tempo alegre e caracterizado por prendas e defenderia que o espírito de Natal é de altruísmo, de dádiva. E estarão certos em muitos sentidos. O que marca o Natal afinal de contas, são as prendas que damos aos nossos amados. O tempo que gastamos a pensar no que vamos dar, o cuidado em esconder o que vamos dar, o secretismo, o esforço para um, a prenda de maior valor… tudo indica uma dedicação ao outro que dá ao natal um clima especial. Dar faz bem a alma, alegra o coração, estreita ligações, fortalece amizades e proporciona momentos de intensa satisfação. Seria este o espírito de natal?

O que aconteceu no 1º natal? O que caracterizou o 1º natal e fez dele algo especial? O que podemos dizer biblicamente que é sua marca, seu espírito?

“Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam” Lucas 2:8-18

O Espírito de natal, segundo as escrituras, é um espírito de adoração, de louvor. Note bem que os céus descem a terra em adoração. Os anjos vêm para louvar, para cantar, para adorar. Eles louvam a Deus com alegria e magnificência e no fim do texto os pastores também irão fazê-lo. Mas todo o natal será marcado por isso. Quando Isabel recebe a visita de sua prima Maria grávida ela louva a Deus. Quando Maria percebe o louvor de Isabel ela irrompe num salmo de adoração conhecido como o Magnificat que adora a Deus de modo maravilhoso. Quando o menino é levado ao templo os idosos Ana e Simeão louvam com alegria enorme. Quando os magos chegam do oriente eles se prostram diante do menino e o adoram. Louvor e Louvor é o que acontece centro – o espírito do natal. E Porque se louva no natal:

Louvor pela Presença de Deus
No Natal Deus está presente. Emanuel – Deus connosco. O Senhor Criador não ficou de longe indiferente a nossa dificuldade no mundo. Ele veio para estar entre nós, viver nossa vida, passar por nossa dor. Natal é a admissão extraordinária que o Deus Criador entrou em nossa realidade espaço temporal para habitar com a humanidade.

Louvor pela Salvação de Deus
E Deus veio para nos Salvar. Ele sabia que o homem não tinha como resolver seu maior problema – a separação do Senhor. Longe de Deus por conta de nosso pecado, não tínhamos como encontrar sentido na vida, razão de ser e propósito de viver. Só com Deus podemos redescobrir nossa vida em sentido real e caminhar para um futuro melhor. Só Deus poderia resolver esse dilema vindo para nos salvar e o fez em Jesus. Ele nasceu para morrer na cruz levando nossa culpa, nossa vergonha, nosso pecado e nos devolvendo a possibilidade de andar com Deus.

Louvor pela Graça de Deus

E Natal é Graça – Dádiva imerecida. O Senhor veio habitar entre nós (algo que certamente não merecíamos) para morrer por nós e assim nos dar a salvação (graça pura). Natal é presente de Deus, a salvação de graça; não porque não teve custo, porque o seu custo foi o maior possível, mas porque Deus a oferece a quem nunca poderia obtê-la. E este é o Espírito do Natal. Adoração pela prenda maior de Deus para cada homem e mulher do mundo. Já recebeu? Já recebeu a prenda de Deus? Não passe mais um Natal sem ela.

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