Aprendendo com os Neo pentencostais


Temos muito a aprender com os movimentos e igrejas neopetencostais que proliferam hoje no meio evangélico. Creio mesmo que a sobrevivência do evangelho puro, segundo as escrituras depende do que podemos aprender com esses grupos novos.  Lembremos que há dois tipos de aprendizagem: podemos aprender através da observação de exemplos positivos e afirmações claras e diretas de verdades estabelecidas. Essa é a forma mais comum de aprendizado. Mas, podemos também aprender observando exemplos que devem ser evitados e descobrindo verdades pela negativa.  É esse segundo tipo de aprendizagem que preconizo em relação aos neopetencostais.

Podemos e devemos analisar as tendências desse tipo de evangelicalismo à luz das escrituras e da história da Igreja e perceber onde e como se desviaram da mais pura orientação bíblica exatamente para evitarmos seguir suas pisadas e cair nas mesmas tentações.  Proponho que façamos uma avaliação das principais características dos movimentos neopetencostais e tirar ensinamentos para a Igreja de Cristo.

Religião = Emoção

Os grupos neopetencostais redefiniram a religião em termos quase que puramente emocionais. Tudo em seus cultos e práticas visa tocar as emoções. Os cultos são verdadeiras montanhas russas emocionais com altos e baixos que mexem com o coração do povo. O recurso às lágrimas é constante e a manipulação das massas é regra. Com isso, esses movimentos criam dependência emocional dos seus seguidores. Há necessidade de doses crescentes de emoção e há que inventar novas práticas para manter o padrão de excitação do povo. Daí que vemos um concurso de novidades com rituais e produtos sendo criados com grande imaginação, tudo para manter a congregação na dependência emocional.

Essa tendência teve parte de sua origem nos movimentos reavivalistas nos EUA, onde as emoções também foram fator importante. Uma das consequências principais dessa tendência foi a feminização do evangelicalismo. Todos sabemos que as igrejas têm mais mulheres que homens e que mais mulheres se convertem.  Será interessante notar que as outras grandes religiões do mundo são efetivamente masculinas. O Islamismo, Judaísmo, Hinduismo e Budismo são religiões onde os homens surgem à frente ou pelo menos a par das mulheres nas atividades religiosas.  No tempo de Jesus e na religião do AT os homens estavam à frente na religião e se envolviam tanto ou mais que as mulheres. O Cristianismo também teve essa tendência. Abriu um espaço único para as mulheres, mas manteve os homens interessados e ativos.  Foi a mudança em direção a ênfase emocional que nos fez perder os homens e tornar o evangelicalismo uma religião predominantemente feminina.

Com isso não estamos combatendo a importância das mulheres na Igreja de Jesus, mas lamentando que o emocionalismo tenha afastado os homens.  A Igreja beneficia tremendamente da presença e influência feminina, mas precisa do equilíbrio e da presença masculina que é evidentemente importante. Nesse ponto a principal lição a aprender com os neopetencostais é que a religião bíblica pura e fiel não é baseada em emoções.  A Palavra é clara sobre a fraqueza dos corações humanos. Qualquer pessoa que reflita um pouco sabe que não devemos viver baseados nas emoções porque isso nos levaria a muitos erros de julgamento e a muitas atitudes precipitadas. Quantas vezes quando erramos culpamos exatamente as emoções? Quantas vezes dizemos que foi o temperamento? Quantas vezes falamos que fomos vencidos pelas emoções do momento? Como vamos então pautar a vida cristã e nossa relação com Deus no emocionalismo?

A Bíblia não orienta a desvalorizar as emoções ou reprimi-las. Basta ler os Salmos e veremos que o Senhor aceita o clamor do homem quando é sincero e voltado a uma resposta honesta.  Mas, a mesma palavra nos leva a refletir, meditar, examinarmo-nos a nós mesmos e rogar a Deus uma sondagem que vai além da nossa simples capacidade. Diante de um mundo cada vez mais secularizado nossa mensagem tem que ser também racional, lógica e prática e não pode se contentar em satisfazer emoções passageiras. Precisamos de pensadores em nosso meio. Precisamos de incentivar os crentes a uma vida de reflexão e seriedade. Devemos fugir da dependência emocional na busca de um Cristianismo maduro e consciente que mostra ao mundo desorientado como se vive quando há confiança em Deus e propósito para cada dia.

Ignorância = Controle

Os movimentos neopetencostais se afastaram claramente dos grupos históricos no tocante à ênfase no estudo bíblico. Nessas igrejas novas não há EBD e nem preocupação com o estudo. Os líderes das congregações são muitas vezes pessoas de formação bíblica quase nula.  Aprendem certo tipo de discurso e imitam os lideres máximos do movimento em tudo, desde o modo de falar ao modo de vestir passando pelo gestual elaborado e pelo tom de voz.  Aprenderam que, quanto menos o povo souber menos pergunta e menos complica.  Logo, ignorância é igual a controle, uma equação antiga e eficaz.

A Igreja de Jesus necessita de fiéis que sabem o que creem.  Devemos incentivar o estudo e a reflexão bíblica por parte de todos na igreja.  A EBD é essencial para a sobrevivência de um cristianismo forte e centrado na Palavra.  Muitos desses movimentos novos conseguem levar seus adeptos a fazer coisas estranhas, exatamente porque não ensinam a Bíblia.  Se os que assistem nos bancos começarem a estudar a Bíblia sairão logo desse meio à procura de quem os alimente.

Uma Igreja séria não tem medo da Palavra. Sabe que a proximidade da Bíblia é vida para o crente. Mas é claro que crentes esclarecidos e que estudam as escrituras irão exigir um nível de vida e mensagem que aqueles que desconhecem a Palavra nem sonham.  Devemos voltar a uma ênfase no estudo da Palavra. Precisamos de tempo para discutir e trabalhar os textos que falam de nossa vida com Deus. Devemos franquear a palavra a todos e incentivar os crentes ao estudo.

Cristianismo = Individualismo

Uma das ênfases da religião sempre foi a comunidade. Os muçulmanos se orgulham da UMMA (comunidade), onde estão todos unidos.  O Judaísmo enfatiza a comunidade de Israel em louvor. O Cristianismo não foi diferente.  A Igreja era a comunidade dos salvos, a família de Deus. Podemos ver claramente isso nos dons do Espírito Santo, que são para beneficio comum e se manifestam para ajuda e inspiração de outros. No entanto, os movimentos modernos dentro do evangelicalismo enfatizam a visão individualista da religião.

Novamente podemos traçar essa tendência aos avivamentos americanos com sua ênfase na salvação individual.  Paulo disse ao carcereiro de Filipos: “Crê e serás salvo, tu e a tua casa”.  A ênfase americana foi numa salvação individual. Isso se coaduna bem com a visão secular do egoísmo moderno, do individualismo extremo que deixa o homem só diante da maior parte dos problemas da vida.  Na religião isso teve a ver com romper as barreiras comunitárias. A relação parece existir apenas entre o crente e Deus. Você é salvo, busque a vontade de Deus para a sua vida,  receba as bênçãos porque você é herdeiro do céu, etc...

Tudo isso pode até ser parte da verdade, mas não é a verdade toda e meia verdade acaba sendo mentira.
A salvação tem a ver comigo e Deus, mas passa pela minha família e certamente pela igreja. A ênfase individualista leva os crentes modernos a pular de igreja em igreja à espera daquela que vai satisfazer todos os seus desejos. Afinal ele tem direito. Como muitos que já chegam na igreja perguntando: o que esta igreja me oferece? O que vocês tem para mim? Quando deveriam perguntar: Como posso ser benção? Onde posso atuar para edificar meus irmãos?

Devemos relembrar e destacar a necessidade do corpo para que a obra aconteça. O olho por mais maravilhoso que seja não faz um corpo. Precisa de tudo o mais para ser realmente tão maravilhoso como é. Sem os demais órgãos ele perde toda a sua valia e assim é na igreja.  Um individualismo puro nos faz perder a noção de família de Deus e da interdependência que deve existir na Igreja de Jesus.

A visão individualista do evangelicalismo tem sua força ao levar o homem a uma relação pessoal com Deus, mas tem sua fraqueza ao leva-lo a peder a noção maior do reino, de que a vida cristã não é algo egoísta e apenas pessoal mas passa pelo plano de Deus para toda a realidade e inclui o mundo as outras pessoas. A visão individualista tem feito muitos perderem a noção de que a vida cristã não pode ser vivida fora do contexto maior da igreja porque nenhum crente sozinho pode ser o que o Senhor quer para o seu povo como um todo.

Marketing = Sucesso

Os movimentos neopetencostais têm usado de forma extensa e muitas vezes abusiva as técnicas de marketing e publicidade. No Brasil,  por exemplo,  passa pela utilização das rádios a nivel local e nacional e passou para o uso da TV.   Hoje no Brasil são os pregadores neopetencostais que mais têm tempo de antena, a ponto de ocuparem  mais de um canal de TV ao mesmo tempo. O poder financeiro de suas máquinas empresariais pode pagar valores que as igrejas tradicionais não têm para aceder à midia.

Usar alguma forma de publicidade pode e deve ser benção para o reino de Deus,  pois pode alcançar pessoas que não entram nas igrejas. O problema está no uso abusivo do marketing. As propagandas desse tipo de evangelicalismo fazem declarações falsas prometendo o que não podem dar, anunciando milagres e maravilhas ao gosto do freguês e a solução de todos os problemas, o que sabemos que não acontece.
Há testemunhos elaborados para encantar e as igrejas se enchem de gente que busca desde prosperidade material e solução de falências ao casamento ou simples namoro. Vale tudo para encher os salões e alcançar os bolsos. É a lei do pragmatismo: se dá certo vamos usar.  Mas se só vamos depender do que dá certo então não precisamos de Deus ou do Espirito Santo... Há muitas coisas na vida do reino de Deus que não fazem sentido humanamente falando.

Devemos lembrar que a mídia pode servir para falar de Jesus e até pode levar alguém à fé, mas não pode dar o que é mais importante que é o acompanhamento próximo, o discipulado.  A Igreja não pode embarcar em falso testemunho só para ganhar audiência. Não pode avançar para a rádio e a TV esquecendo do discipulado que é a fonte de crentes maduros que precisamos e é a ordem fundamental de Jesus. As campanhas bem organizadas pela mídia podem apresentar resultados espetaculares em termos numéricos. Mas será que as vidas são mesmo transformadas? Todos sabemos que após seis meses de uma campanha carissima e de grandes resultados em números verificamos que poucos convertidos se integraram nas igrejas.

Precisamos de uma perspectiva biblica do marketing e da publicidade. Há que lembrar em primeiro lugar um compromisso profundo com a verdade.  Não podemos simplesmente oferecer mais um produto. Podemos usar a publicidade mas terá que ser genuína e terá que ter na base, na igreja local, toda uma preparação para a recepção daqueles que vierem.  A Igreja nos tempos do novo testamento não precisou de meios de comunicação para alcançar todo o império romano, porque tinha crentes verdadeiros cheios do ES e alegres no testemunho. O que a igreja precisa hoje não é de mais tempo de antena, mas de mais crentes antenados na vontade de Deus vivendo como testemunho prático do que é o poder do Senhor.

Exclusivismo = Certeza de Continuidade

Uma última caracteristica marcante dos movimentos neopetencostais que queremos referir é seu exclusivismo.  Essas igrejas se apresentam como os únicos detentores da verdade. Seus líderes são ungidos como ninguém e gostam de se auto proclamarem com títulos especiais que os elevem acima de outros mentores espirituais.  As doutrinas desses grupos são apresentadas como revelação especial, como se em dois mil anos de Cristianismo o Senhor tivesse esperado até agora para dar certas iluminações a estes servos escolhidos.

O resultado desse exclusivismo é gente imatura que perde a benção de crescer com a Igreja do Senhor no sentido mais amplo.  Um líder de verdade não tem medo que seus liderados conheçam outras realidades. O pastor que está seguro de sua vida com Deus e de seu ministério não teme que suas ovelhas ouçam outros bons pregadores.  Sabe que serão edificados e trarão beneficio ao ministério.  Na verdade, um pastor maduro procura mesmo ouvir e ler outros bons mestres, porque sabe que ninguém tem monopólio da verdade e os membros convivem na igreja para se edificarem mutuamente.

Cada um dará conta de si mesmo a Deus, o que significa que não devemos julgar pelas diferenças e sim pelos frutos, como o Senhor ensinou.  Uma das tragédias da igreja tem sido a sua divisão, que acontece principalmente por falta de amor e tolerância.  Essas divisões têm causado muito dano à Igreja, principalmente pela mensagem que mandam aos que assistem de fora: " Se não são capazes de se entender entre eles o que terão a oferecer"? Julgar-se exclusivo e dono da verdade é claro sinal de falta de maturidade e vivência cristã. Ninguém tem biblicamente o direito de afirmar que só os membros de sua igreja estão salvos ou são verdadeiros. Mesmo reconhecendo que havia joio na plantação do Senhor a orientação de Jesus foi esperar pelo juízo Divino e não se precipitar em julgamentos afobados.

Conclusão:
Temos mesmo muito que aprender com os neopetencostais. Guardemos esses pontos importantes para a Igreja de Jesus hoje:
a) Um cuidado para fugir do emocionalismo puro, dando lugar para a razão e a maturidade;
b) Uma ênfase no estudo da Palavra na busca de crentes convictos, seguros de sua fé,
c) Uma visão comunitária da vida cristã no objetivo da interdependência que deve marcar a vida do Reino, d) Um uso biblico de todos os meios de comunicação e marketing sempre respaldados por uma comunidade pronta a acompanhar e discipular,
e) Uma visão maior da Igreja que foge de exclusivismos, no entendimento que podemos e devemos aprender e crescer uns com os outros.

A fé em Cristo Jesus não extingue a razão e devemos aprender e observar com estes novos movimentos neopentecostais para não cairmos no erro de, na busca de seguidores, banalizarmos o evangelho.

4 comentários:

Liana disse...

"Uma das tragédias da igreja tem sido a sua divisão, que acontece principalmente por falta de amor e tolerância." Isso realmente, tem sido muito triste... Há poucos experimentados no amor, eu quero fazer parte destes. Peço ao Senhor que nos ensine e nos ajude a seguir os Seus passos e não os nossos.
Amei o texto, pr. Joed! Que Deus continue a usá-lo para abençoar vidas. Transborde bastante desse amor e encha-nos também!
Abraços,
Liana.

Leonardo Martins disse...

Não sou especialista, mas acredito que a tragédia do “cristianismo” é o Cristo. Ele nos ensina tantas coisas as quais não seguimos. E agora, 2000 anos depois, Ele passa a ser o problema. Porque nós cada vez mais fazemos mais a nossa vontade não a Dele.
O cristianismo hoje, NÃO é de forma alguma o que Cristo nos ensinou. Por isso Ele passou a ser o problema.
Não digo que não existam Cristãos, pelo contrário. Digo que, estes, não estão na mídia, não estão em lugares de destaque e, não poucas vezes vivem “invisíveis” nas igrejas.
Quem são estes? Aqueles que, a despeito de saber teologia, estratégia ou liderança, têm experiência GENUÍNA com Deus. Aqueles que, por serem simples, não alardeiam essas experiências a toda hora.
São esses anônimos, que por serem discretos, não são vistos. Não são vistos, pelos pastores, pelas igrejas e pela sociedade.
Aí! Temos problemas do que seja cristianismo. O “cristianismo” passa a ser qualquer coisa que o homem queira dizer que é. Não importa o quão absurdo seja, tem sempre alguém que acredita. Porque no fundo, todo homem tem sede de Deus e qualquer um que diga o que se quer ouvir serve.
Será que não é hora de nós mostrarmos o Cristo? Temos mostrado igreja, denominações, teologias. Mas e o Cristo?
Uma pergunta tem me intrigado nestes últimos tempos. De fato a Bíblia não fala dessa prosperidade que tem-se alastrado nos meios evangélicos. Mas eu me pergunto: Nós que sabemos disso, o que estamos oferecendo as pessoas? Não falo materialmente. Falo materialmente, também.
Qual é o sentido de buscar primeiro o reino de Deus, para mim? O que é afinal, as demais coisas que serão acrescentadas?
Claro que sei a resposta. Ainda que sejam minhas, fruto das (minhas) experiências com Deus.
Talvez seja confuso responder, talvez a pergunta seja confusa.
Fiquemos com uma pergunta mais simples: Se você for perguntado por um não cristão: Quando foi a última vez que você (nós que cremos em Jesus) teve uma experiência com Deus? E se esta pessoa te dissesse: Conte-me como foi.
Qual seria a sua (a minha) resposta?

Joed, que o Senhor continue te abençoado, nos trazendo reflexões mais profundas.

Do seu amigo,

Leonardo Martins.

Ida disse...

Hoje temos milhares que nasceram no evangelho e não tiveram uma genuína experiência de conversão, apenas se acostumaram. O nominalismo evangélico é mais corrosivo do que se pensa. Quando este crente nominal se apercebe da sua falta de experiência busca em todos os lugares, e muitas vezes sem analisar o que está vendo. O importante para esses é o êxtase, a sensação...daí a pergunta: qual foi a última vez que teve experiência com Deus? Para mim foi uma resposta muito direta de Deus: não vão comprar apartamento este ano! Vocês não precisam de uma casa própria! Não agora...difícil perceber que é uma resposta de Deus? Não, porque depois de obedecer vem aquela paz e tranquilidade que só Deus dá e sabemos que Ele falou e nós obedecemos. Não preciso ver o mar se abrir, nem o fogo descer do céu, mas sim, saber que estou obedecendo e seguindo em Paz, a Paz que excede todo entendimento!

Leonardo Martins disse...

Bom Ida,
É disso que estou falando. Obedecer porque sabe que é Deus falando. É triste pensar que alguns irmãos responderão: Já faz muito tempo.
Precisamos disso, experiências reais com o Senhor. “Porque nele [no Evangelho: v16] se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”. (Romanos 1:17).

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